domingo, 8 de fevereiro de 2015

A QUARTA CAMADA - O DESPERTAR

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Sentados numa rocha próxima ao local do encontro e Antônio começou a explicar como todo aquele pesadelo começou, no inicio parecia desesperado, porém aos poucos foi entendendo a vontade de Deus e aplicando-a ao momento em questão. Ao iniciar a conversa ouvimos som de grande estrondo sobre a Terra, algo havia caído de forma pesada não muito longe do local onde estávamos, olhamos em sua direção esperando para ver algo.

- Há tempos não ouço essa queda, certamente ele descobriu que estamos aqui… - disse Antônio arrumando sua grande barba que se espalhou pelo rosto por causa da ventania causada no impacto.
- Você poderia me dizer os nomes ao explicar o que está acontecendo Antônio, de quem estamos falando neste momento? – Naquele momento pude notar o que seria um anjo se levantando do local do impacto, carregava uma grande espada, virou de frente para nós e suas asas puseram-se em posição de voo, mas em questão de milésimos de segundos o anjo estava a poucos centímetros de mim… e com um piscar de olhos estava tão próximo a mim que senti minha coluna congelar com a sensação de estar tão próximo de um ser como aquele. Estava paralisado, olhando para o rosto daquele misterioso anjo, não havia nele luz alguma como vista em Aion, era frio e seus olhos não revelavam sentimento algum, certamente estava correndo sério risco naquele lugar. Duas de suas asas pontaram para cima fazendo um barulho como que leques se abrindo, o vento causado fez com que me afastasse dele, mesmo assim continuei fixo em seus olhos.

- Não se deixe enganar Scott, o poder deste anjo se limita a nos assustar infiltrando pensamentos e sensações, mas suas mãos estão tão atadas quanto seus pensamentos a respeito de seu criador, ele apesar de parecer imponente não pode nos causar dano algum externo… apenas não ouça o que ele diz… - gritou Antônio, estava agora escondido atrás da rocha e olhava apenas com o rosto para fora.

- Então este mísero humano é o novato… não me parece útil – Disse baixando as asas com a mesma velocidade com que as levantou.
- Tão forte quanto você… - Disse Antônio tentando me manter calmo diante daquela situação, meu coração batia como se fosse saltar pela boca.
- Será ele mais um prisioneiro de sua própria vontade? – Virou-se agora para Antônio se referindo ao grave erro que o manteve ali até aquele momento.
- Meu nome é Scott, não sou prisioneiro de minha própria vontade, não como vocês dois, mas a missão que recebi me torna prisioneiro daquele que em breve terminará com o reinado que vocês têm pregado sobre a Terra… ah, desculpe-me, esqueci que você não sabe exatamente o que está acontecendo…

Ele ficou por um instante me olhando, agora seu rosto expressava tanto ódio que fui obrigado a olhar para Antônio, o medo que sentia no início estava voltando e ver Antônio firme fez com que eu ficasse também. Após alguns instantes suas asas apontaram o céu e num piscar de olhos estávamos em meio a um vendaval.

- O que foi isso? Perguntei a Antônio enquanto nos colocávamos de pé depois que o vento passou. Quando a poeira abaixou Aion estava entre nós, como que de repente.
- Antônio, eis que o tempo da sua jornada está terminando. Agora saia e conte àqueles que o aguardam tudo que tem esperado contar… saiam os dois daqui para a primeira camada, vocês precisam continuar. – Ao terminar despertei em meu quarto, estava molhado de suor enrolado no cobertor.

CONTINUA...

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