- 8 -
As rodinhas da maca sambavam pelos corredores do hospital
enquanto eu estava praticamente desmaiado. Entramos numa sala, senti a ponta da
maca abrindo as portas e paramos num canto frio. Não conseguia ver nada, sentia
apenas o que acontecia ao redor, uma mão fina e delicada pegou meu braço… senti
a ponta de uma agulha furando meu braço e…
- Este é o terceiro
ataque esta semana, disse um menino numa outra cama...
- Desta vez foi um pouco mais forte, disse a enfermeira mostrando os resultados do exame ao médico parado ao seu lado.
- Vamos aguardar mais alguns dias com o mesmo medicamento…
- Desta vez foi um pouco mais forte, disse a enfermeira mostrando os resultados do exame ao médico parado ao seu lado.
- Vamos aguardar mais alguns dias com o mesmo medicamento…
Naquela noite fui levado a um lugar alto, como um topo de
uma colina. Estava caminhando entre as árvores tentando entender onde estava
quando notei um altar erguido em mármore com detalhes prateado formando faixas
que lembram o movimento do vento. Acima havia uma enorme ampulheta feita em
madeira e pilares de ouro. Sua areia era fina e prateada, corria entre a
cavidade do vidro como que água correndo sobre as pedras, notei que estava
chegando o fim. De alguma forma aquilo me falou sobre um tempo que estaria
acabando, rápido como uma corrente de ar que entra pela janela e atravessa a
porta dos fundos. O tempo estava no fim…
Fui levado a outro lugar, havia uma mesa feita em
marfim com um enorme livro aberto sobre ela e um homem forte e alto parado ao
lado. Atrás havia um grande trono de marfim com acento em veludo vermelho. O
homem estendeu a mão sobre o livro e começou apertar suas capas uma contra a
outra, quando fez isso saiu como que sangue de entre as páginas e então ele o
abriu, foleando suas páginas e sorrindo como alguém que tivesse descoberto algo
novo.
Então todo o cenário
ficou escuro, um vento forte bateu contra mim e cai entre pedras úmidas e frias
espalhadas no chão. À minha frente havia um enorme vale pedregoso e muitas
pessoas andando de um lado ao outro, sem rumo. Uma pessoa tocou meu ombro, não
pude notar quando chegou.
- Vê aqueles onze homens perdidos no meio daquelas rochas?
Perguntou apontando para um circulo de pedras onde onze pessoas circulavam
tentando sair, suas mãos e seus pés estavam presos com correntes e havia uma
faixa escura tapando a boca de cada um, assim eles ficavam andando, curvos pelo
peso das correntes, de um lado ao outro tentando escapar. Um deles estava caído
sofrendo fortes dores enquanto os outros buscavam desesperadamente uma saída.
- Quem são? Podemos de alguma forma ajudar eles a sair de desta prisão. Afirmei dando um passo adiante.
- Quem são? Podemos de alguma forma ajudar eles a sair de desta prisão. Afirmei dando um passo adiante.
- Você pode, mas você quer? Sente que precisa de alguma forma ajudar estes
pobres loucos a encontrar uma saída?
- Não iria embora sem tentar… ele tocou em meu ombro mais uma vez.
- Não iria embora sem tentar… ele tocou em meu ombro mais uma vez.
- Você será enviado a eles, e então serão doze, e todas as
informações obtidas até aqui serão passadas não apenas para os onze e sim para todas
as tribos do Rei dos reis. Estes doze significam doze pessoas e doze tribos… A
primeira visão te falou sobre o tempo, a segunda sobre os escolhidos e esta
ultima se refere à prisão… então eu acordei...
[continua...]
Nenhum comentário:
Postar um comentário